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quarta, 13.11.2019

Após perder a visão, ex-professor de natação encontra na massoterapia novo começo

Por Joana Darc Leal

Fotografia: Joana Darc Leal
Fotografia: Joana Darc Leal

Em 2015, a vida de Klauber Nardelli Silva, de 34 anos, passou por grandes mudanças. Ele precisou sair do emprego, no qual era professor de natação infantil, e alterar toda a sua rotina após ter uma lesão no nervo óptico, provocada por um tumor no cérebro. Na época, Klauber ficou internado durante quatro meses para tratar o problema e passou por uma delicada cirurgia, ficando com apenas 20% da capacidade de enxergar no olho direito.

No início, a redução na mobilidade foi uma das principais dificuldades que enfrentou, já que a maioria dos espaços não são acessíveis para deficientes visuais. Formado em educação física e muito ativo em seu dia a dia, sentia falta de praticar exercícios e se locomover pela cidade com tranquilidade. "Quando a gente perde a visão, é um choque. Antes, eu dirigia, trabalhava. Fiquei sem saber o que fazer", conta.

Em 2018, a irmã de Klauber, que trabalha perto da Fundação Dorina, na capital paulista, comentou com ele sobre a instituição. Dedicada à inclusão social de pessoas com deficiência visual, a ONG oferece, gratuitamente, serviços especializados em áreas como educação especial e reabilitação.

Em busca de apoio, Klauber foi até a Fundação, onde passou por uma triagem e foi encaminhado a diversos especialistas, como assistente social, psicólogo, terapeuta ocupacional e ortoptista (médico especialista em distúrbios da visão).

Além dos atendimentos voltados à reabilitação, a instituição também presta serviços de apoio à inclusão no mercado de trabalho. Há alguns meses, um dos cursos chamou a atenção de Klauber: o de massoterapia. A formação conta com aulas de massagem e reflexologia, prática que consiste na aplicação de pressão em pontos específicos dos pés. Mas o diferencial do programa são as aulas de português, informática, expressão teatral e economia básica. Associados, esses conhecimentos ajudam os alunos a se sentirem mais seguros para atender os clientes.

"As aulas aconteciam três vezes por semana. No dia em que não tinha, eu ficava até um pouco chateado, ansioso pela próxima", diz Klauber. Após o fim do curso na Fundação Dorina, ele fez outros por conta própria, a fim de se especializar, além de comprar equipamentos como maca e cadeira de massagem.

Hoje, a massoterapia é a principal fonte de renda de Klauber. "Mas o retorno financeiro é uma consequência - faço massagem porque gosto", conta. "Exercer uma atividade e passar algo bom para as pessoas é o mais importante. Não tem preço. E a Fundação Dorina me ajudou muito em relação a isso."

Conheça mais sobre o trabalho da Fundação Dorina clicando aqui.

"Exercer uma atividade e passar algo bom para as pessoas é o mais importante. Não tem preço. "

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