No começo da pandemia, Rafael Santos de Pontes, de 13 anos, sentiu que precisava espairecer e saiu para andar de bicicleta. Mas, ao tentar fazer uma manobra, caiu de cara no chão e perdeu os dois dentes da frente. Quando chegou ao hospital, descobriu que, para recuperar os dentes, era preciso fazer um tratamento particular que ultrapassava os R$ 4.000.

"Eu disse para o Rafael que ele ia ter que ficar daquele jeito mesmo, porque eu não tinha condições de pagar o tratamento nem se parcelasse em mil vezes", diz Andreia, sua mãe, que trabalha como cabeleireira. Ela e o marido, que é eletricista, têm cinco filhos, contando com Rafael.

A falta dos dois dentes da frente abalou muito a autoestima do adolescente, principalmente por não ter perspectiva de consertar o sorriso. "A 'sorte' era que a máscara escondia minha boca, mas não queria ficar daquele jeito para sempre", conta Rafael. Não demorou muito, porém, para ele receber a ajuda com a qual sonhava.

Por fazer parte de um projeto de assistência social parceiro da Turma do Bem, a família foi ajudada por uma assistente social que entrou em contato com a organização. Na mesma semana, Rafael iniciou o tratamento com a dentista Regina Otoboni, que estava com os atendimentos reduzidos por conta da pandemia, mas se sensibilizou com o caso e abriu uma exceção. Um mês depois, o adolescente já estava com os novos dentes parafusados e pronto para sorrir de novo (ainda que de máscara).

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