Mãe e filha apostam nos saberes da Amazônia para impactar positivamente o mercado da moda
Por Maria Luiza Miserochi
Kátia Fagundes, de 54 anos, trabalha por conta própria há muito tempo: já se sustentou revendendo roupas e semijoias e fazendo pães e bolos, por exemplo. Mas a ideia do empreendimento que mudaria sua vida só surgiu quando ela buscou inspiração na natureza e nas tradições que a cercam. Moradora de Belém, metrópole amazônica, Kátia criou em 2009 a Da Tribu, uma marca de acessórios de moda que carregam matérias-primas e saberes próprios da floresta.
A empresa produz colares, anéis, brincos e pulseiras, entre outros itens, feitos de materiais sustentáveis. A madeira, por exemplo, vem das sobras de fábricas de móveis. E o látex é adquirido de famílias assentadas em uma reserva extrativista, que utilizam os recursos da floresta sem agredir o ambiente. A Amazônia também inspira a linha de produção, que emprega tecnologias indígenas, como o processo conhecido como encauche, que utiliza o látex para impermeabilizar fios de algodão.
A empresa é familiar: Kátia atua como artesã-criativa, enquanto sua filha, Tainah Fagundes, de 35 anos, cuida da comunicação e da prospecção de novos mercados. Além disso, cinco prestadores de serviço ajudam na montagem das peças. Os produtos são comercializados pela internet e também em pontos de revenda parceiros (como museus, centros culturais e lojas de acessórios) em seis estados: Pará, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A sustentabilidade é um dos principais diferenciais da marca. Foi em um evento de promoção de produtos desse tipo, em Belém, que a advogada e professora Paula Arruda, de 40 anos, tornou-se cliente da Da Tribu. "A empresa não representa só arte e moda, mas também um pacto econômico-social importante", diz.
Com o Prêmio Pandora Mulheres Empreendedoras, mãe e filha esperam abrir portas para novos investidores, aprimorar a gestão do modelo de negócio e se consolidar nacionalmente como uma empresa que impacta positivamente o mercado da moda. "Empreender é um ato de coragem", diz Tainah. "Mesmo que o medo exista, acredito que temos que nos jogar, pois é caminhando que nosso sonho se torna realidade."
Para saber mais:
www.datribu.com
"A empresa não representa só arte e moda, mas também um pacto econômico-social importante. "