Jacy e as demais mulheres de sua aldeia aprendem sobre seus direitos por meio de projetos desenvolvidos pela Humana Brasil
Por Giovanna Reis
Jacy Cariz, de 33 anos, fez faculdade e mestrado, e é coordenadora de escola estadual. Para ela, sua educação sempre foi um fator que influencia o modo como é bem tratada na cidade, especialmente nos postos de saúde da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI).
Com as outras mulheres de sua aldeia, Takuaraty/Yvykuarusu (ou Paraguasu), que fica em Paranhos (MS), a situação é diferente. "Já aconteceu de eu ouvir um médico sem paciência de explicar por que uma colega minha deveria fazer o preventivo (papanicolau). Ele disse que tinha que fazer e pronto, porque se não fizesse ficaria sem cesta básica", diz.
Esse tipo de tratamento, segundo a coordenadora, gerava medo nas mulheres da aldeia ao mesmo tempo que as privavam de saber mais sobre o próprio corpo e a própria saúde. Um sintoma disso, é o fato de que diversas mães em Paraguasu têm seus bebês sem nunca terem feito um único ultrassom.
Essa realidade motivou a Associação Humana de Povo para Povo a iniciar projetos na aldeia Takuaraty/Yvykuarusu no começo de 2021. A ideia era orientar os moradores da aldeia, especialmente as mulheres, nos cuidados com o próprio corpo, sobre como se prevenir de doenças e explicar quais exames devem ser feitos, quando e por quê.
Após alguns meses de rodas de conversa semanais, o resultado, para Jacy, é nítido. Tanto ela quanto as colegas estão mais empoderadas, cientes sobre os próprios direitos e não aceitam mais descaso nos postos de saúde. Além disso, tornaram-se um verdadeiro coletivo feminino e acompanham uma à outra durante os atendimentos. "Juntas, garantimos que todas seremos respeitadas", afirma Jacy.
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"Juntas, garantimos que todas seremos respeitadas!"