Quando tinha 2 dias de vida, Pedro Henrique Gonçalves sofreu uma parada cardiorrespiratória e oito convulsões a caminho do hospital, logo após a família observou que o bebê não respirava direito. Os médicos constataram que ele teve uma crise de hipoglicemia, e o menino precisou ser entubado e internado por quase um mês. Depois disso, as vidas de Pedro e sua família mudaram completamente.

"Naqueles primeiros meses, ele só mexia a 'bolinha' do olho", conta Teresa, sua mãe. Enquanto seu irmão gêmeo, Dudu, se desenvolvia normalmente, Pedro precisava de fisioterapia e estimulação precoce, devido às sequelas do coma. Depois de alguns meses procurando, Teresa encontrou no Centro de Reabilitação Piracicaba o estímulo, acompanhamento e acolhimento de que Pedro precisava - e ela também.

"As psicólogas do Centro primeiro trabalharam a minha cabeça para depois começarmos a cuidar do Pedro", conta a mãe, que viveu um intenso processo de acolhida dos próprios sentimentos ao descobrir a deficiência do filho. Dos 4 meses aos 13 anos, idade que tem hoje, Pedro frequentou o CRP quase todos os dias. Lá ele recebe acompanhamento terapêutico, neurológico, ortopédico, fisioterapêutico e odontológico. Também é aluno da Escola de Educação Especial João Guidotti, mantida pelo Centro.

Pedro é cadeirante e não fala, mas isso não o limita. Ele rola, dança, faz as atividades da escola, ouve música, entende o que lhe dizem (respondendo "sim" ou "não") e brinca muito com seu gêmeo Dudu. E isso tudo só foi possível graças ao trabalho do Centro de Reabilitação Piracicaba. "Se eu não tivesse conhecido o Centro, tudo seria diferente", diz Teresa. "Eles fizeram um trabalho maravilhoso, acreditaram no Pedro e transformaram a vida dele e as nossas."

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