Após terapia especializada na Apae-BH, Maiza deu seus primeiros passos
Por Laura Guerra
Maiza Mariano, de Belo Horizonte, nasceu prematura, após 29 semanas de gestação, em setembro de 2010. Após o parto, a menina foi diagnosticada com paralisia cerebral. Segundo os médicos disseram na época, somente um milagre a faria sobreviver. Mas Maiza começou a demonstrar melhora e, após pouco mais de um mês internada, saiu do hospital nos braços da mãe, Adriana Pinheiro, hoje com 36 anos. "Ela foi uma guerreira desde sempre", afirma.
Por conta da paralisia, Maiza tinha dificuldades para se comunicar e se locomover. Quando a menina tinha 6 anos, sua fisioterapeuta, Taissa Rodrigues, indicou para ela a Apae-BH, instituição que oferece atendimento gratuito e especializado a pessoas com deficiência intelectual e múltipla, onde havia começado a trabalhar. Lá, Maiza começou com a terapia intensiva PediaSuit. Nessa técnica, durante um mês, em sessões diárias de cerca de três horas, o paciente usa uma vestimenta - uma espécie de colete - conectada a grades de uma gaiola por meio de elásticos. "A partir deles, vamos fazendo a função de alguns grupos musculares, o que estimula seu desenvolvimento", explica Taissa, responsável pelas sessões de Maiza. "Também tem uma questão sensorial envolvida no momento de preparar a criança para a terapia, depois ela tem que vestir a roupa, além de ser um ambiente de comunicação. Isso ajuda no ganho de autonomia", completa a fisioterapeuta.
Após dez sessões, Maiza deu seus primeiros passos. "Queria gritar de felicidade, mas não podia, pois atrapalharia o procedimento. O coração ficou acelerado e comecei a chorar", conta Adriana. Finalizada a terapia, os avanços de Maiza foram visíveis. A menina ganhou mais independência e passou a conseguir se vestir sozinha, por exemplo, além de se locomover e se comunicar melhor. No final de 2019, Maiza fez novamente a terapia do Pediasuit. Se na primeira vez o objetivo era o ganho de força e alinhamento de sua postura, preparando-a para andar, agora seria trabalhado também o equilíbrio, para que a menina controlasse seus movimentos com mais precisão.
Hoje Maiza fala muito bem e consegue andar, além de fazer outras atividades, como escovar os dentes e prender o cabelo sem ajuda. "Na escola, percebi seu desenvolvimento na escrita e na concentração", diz Adriana. Para a família, a Apae-BH foi um divisor de águas. Maiza segue contando com a instituição, onde recebe acompanhamento de fonoaudiólogo, fisioterapeuta e terapeuta ocupacional. "Todos lá nos tratam muito bem, são envolvidos e carinhosos. Eles amam o que fazem e se esforçam muito", comenta a mãe.
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"Queria gritar de felicidade, mas não podia, pois atrapalharia o procedimento. O coração ficou acelerado e comecei a chorar."