Matheus é destro e adora andar de bicicleta. Gosta tanto que o hobby foi a primeira coisa que veio à cabeça dele quando soube que teria que amputar dois dedos da mão direita, logo após ter perdido outros dois em um acidente de trabalho na fábrica de portas onde era marceneiro. Sobrando apenas o polegar de sua mão dominante, como poderia segurar o guidão?

Mas ele conseguiu. "Apenas precisei mudar o comando da troca de marcha", explica. Por trás dessa volta ao guidão, há um longo e cuidadoso processo de reabilitação, oferecido pelo Hospital Angelina Caron - onde Matheus também realizou a cirurgia que salvou a maior parte de sua mão. Como não havia cirurgião especializado em sua cidade, Porto União (PR), o marceneiro foi encaminhado para o Angelina, na Grande Curitiba, em novembro de 2020, logo após o acidente. 

Ele ficou 35 dias internado no Angelina Caron. Lá, não só foi muito bem atendido como recebeu também acolhimento. "Criei um vínculo muito forte com os médicos e enfermeiros, eles foram muito atenciosos", conta Matheus. Uma semana antes do Natal, o ciclista recebeu alta do hospital e pôde estar com a família nas festas de fim de ano.

Em 2021, ele segue fazendo reabilitação no hospital, quase todo dia da semana. A rápida adaptação à nova vida surpreendeu tanto a equipe quanto o próprio Matheus. "Eu cheguei lá achando que nunca mais poderia escrever, mas já estou conseguindo e nem precisei trocar a mão dominante", relata o ex-marceneiro, que voltará ao trabalho, mas em cargo administrativo. "O Angelina Caron mudou minha vida. Sem aqueles médicos, eu teria perdido a minha mão."

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